MOBILIDADE

Em Gondomar a questão da mobilidade prende-se muito com as deslocações casa-trabalho. Verifica-se que dos 60% da população de Gondomar, quase 30% se desloca dentro do concelho, enquanto que 20% desloca-se para o Porto. Assim, enquanto que os primeiros utilizam diariamente a estrada nacional (N15) para acesso às freguesias do concelho, os segundos recorrem ao itinerário complementar (IC29), como fuga aos entupimentos das estradas mais usadas e como trajeto mais direto para chegada ao Porto.

Proporção de deslocações intermunicipais por município de destino (AMP) e fluxos de origem e destino (O/D) [INE, 2017]


Distribuição das deslocações/dia por motivo principal e municípios de residência (AMP)
[INE, 2017]
Duração média das deslocações por municípios de residência (AMP)
[INE, 2017]
METRO
Em Gondomar, apenas existem e estão planeadas estações de metro no Norte. A linha existente é a linha Senhora da Hora - Fânzeres e passa pelas freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte, terminando em Fânzeres. Estas freguesias por onde passa o metro correspondem a algumas das freguesias mais densificadas e urbanizadas do concelho.
Entretanto está a ser planeada uma nova linha, com 6,7 km, que vai fazer a ligação Dragão - Souto (S. Cosme) e passará pelas freguesias de Valbom e S. Cosme. A execução desta nova linha permitirá MELHORAR OS FLUXOS GONDOMAR - PORTO, servindo também como momento IMPULSIONADOR DA REQUALIFICAÇÃO URBANA e do desenvolvimento das freguesias por onde passa. Com esta nova ligação é mais fácil de atribuir o caráter de INTERFACE do Souto, enquanto 'centro' de Gondomar.
Nova linha: Dragão - S. Roque - Cerco - Lagarteiro - Lagoa - Valbom - Hospital - Parque Urbano - Souto (8 estações novas)

AUTOCARRO
Gondomar está servido por duas empresas de autocarros que permitem uma distribuição das paragens por grande parte do território: Gondomarense e STCP.
No geral, os autocarros procuram percorrer a quase totalidade das zonas urbanizadas. No entanto, nota-se uma maior concentração e frequência de autocarros no norte, na maior proximidade com o Porto, enquanto que no sul a sua presença é mais limitada e restrita, não chegando a abranger a freguesia da Lomba, nem toda a frente ribeirinha do concelho. Na verdade, a frequência dos autocarros na zona sul é tão reduzida que implica tempos de espera muito longos. A única travessia planeada do rio Douro entre Melres e a Lomba é o barco-táxi (no verão é usado apenas três vezes por semana).
Enquanto não aumentar a quantidade de transportes públicos no sul, a zona urbanizada não aumenta! (mas enquanto a urbanização e a população não aumentarem, a câmara não investe na melhoria dos transportes públicos)
STCP: 13 linhas de autocarro
Gondomarense: 41 linhas de autocarro
Ligações intermunicipais: Gondomar - Porto
Gondomar - Valongo
Porto - Gondomar - Valongo
(A deslocação para qualquer um dos outros concelhos vizinhos implica ir de autocarro para o Porto para depois apanhar o comboio, demorando pelo menos 1h mas que pode chegar a 4h)

VIAS PEDONAIS E CICLÁVEIS
As ciclovias em Gondomar estão ainda muito pouco desenvolvidas, estando presentes apenas no norte e praticamente sem qualquer continuidade entre elas. Em grande parte dos percursos nota-se a conjugação entre CICLOVIAS (em princípio já planeadas juntamente com as ruas) e CICLOPISTAS (adaptações nas vias automóveis). Para além das ciclovias existentes, a câmara de Gondomar pretende ainda ligar o centro de S. Cosme com o rio Douro.
Ciclovia da Levada: Tem 258m e está localizada ao lado do Parque Urbano de Rio Tinto. Está em funcionamento desde a primavera de 2019.
Percurso sem dificuldade.
Ciclovia Avenida-Conduta: Tem 5.709m e faz a ligação entre Rio Tinto e S. Cosme. Os percursos mais antigos são anteriores a 2012, mas os mais recentes são de 2019.
Percurso de dificuldade média.
Ciclovia Vila Verde: Tem 2.971m e liga a zona do Freixo/Valbom a S. Cosme. Tem ligação direta com a ciclovia da Avenida Oliveira Martins, a sudeste. Está em funcionamento desde 2014.
Percurso de dificuldade média.
Ciclovia Oliveira Martins: Tem 2.201m e liga a ciclovia de Vila Verde até perto do recinto de feira de Gondomar. Está em funcionamento desde 2015.
Percurso sem dificuldade.
Ciclovia Polis de Gondomar: Tem 2.586m e desenvolve-se ao longo da margem direita do rio Douro, ligando o Palácio do Freixo ao centro histórico de Gramido (Valbom). Está em funcionamento desde o verão de 2020, mas será ainda prolongada até à barragem de Crestuma-Lever.
Percurso sem dificuldade.
Ciclovia da Levada
Ciclovia Avenida-Conduta
Ciclovia Vila Verde
Ciclovia Oliveira Martins
Ciclovia Polis
VIAS AUTOMÓVEIS
Nota-se que, comparativamente com os outros meios de transporte referidos, o automóvel é o que está mais desenvolvido, sendo privilegiado pelos urbanistas da câmara municipal. À semelhança dos outros, as vias automóveis são mais densas no norte do que no sul, mas neste caso percebe-se a vontade de abranger todo o território, passando pelos pontos mais importantes, como forma de valorizar os corredores ecológicos e facilitar o acesso às zonas industriais e aos centros urbanos.
Estes acessos pretendem tornar Gondomar no concelho dos 15min., mas pudemos constatar que, em hora de ponta na zona de S. Cosme, o tempo de deslocação quase que triplica. Para além disso, o acesso à Lomba continua a não ser direto, sendo necessário 'sair de Gondomar para ir para Gondomar'.

DISTÂNCIAS DE BICICLETA VS. CARRO
O mapa ao lado estabelece a relação entre as distâncias percorridas de carro e de bicicleta para o mesmo tempo de viagem.
Através da sua análise, nota-se que atualmente no norte de Gondomar o uso da bicicleta compensa mais do que no sul, chegando até a superar o uso carro em algumas zonas de Rio Tinto, Fânzeres e Valbom. Isto é indicativo de que, no norte, o trânsito automóvel é tão elevado que a circulação por meio de bicicleta facilita muito mais as deslocações. Já no sul verifica-se que o uso do carro é muito mais viável, o que, tendo em conta a menor quantidade de população, pode resultar do maior grau de esforço decorrente da topografia muito acidentada, ou pode ser sinal da falta de preparação das vias para a circulação de bicicletas.
A partir deste mapa é possível determinar que no norte o desenvolvimento de ciclovias é mais rentável do que no sul, devido às vantagens do uso da bicicleta, e até como forma de garantir maior segurança aos ciclistas nas freguesias mais movimentadas. Por outro lado, no sul, embora seja necessário um maior cuidado no seu desenho, a inserção de ciclovias podia ajudar a uma melhoria das deslocações e, por isso a uma maior economia do tempo despendido através do uso da bicicleta.



